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Claudia Andujar

Além da fotografia documental

"Minha relação com os Yanomami, fio condutor da minha trajetória de fotógrafa e de vida, é essencialmente afetiva." Claudia Andujar

Yanomami e Claudia Andujar, dois substantivos próprios que há mais de trinta e dois anos estão profundamente conectados num trabalho intimista. Andujar ultrapassou os limites da fotografia documental e envolveu-se de corpo e alma com a causa. É co-fundadora da Comissão pela Criação Parque Yanomami, onde coordenou a campanha pela demarcação das terras. Atualmente bolsista da Fundação Vitae está ordenando seu arquivo de quase 50 anos para repassar o que recebeu ao longo desse tempo.
As imagens desta mostra apresentam importantes fontes de expressão cultural do cotidiano indígena as brincadeiras no rio e os rituais são representados por meio de gestos solenes. Para fazer seu trabalho fotográfico Claudia passou um longo período nas aldeias, e por respeito demorou dois anos antes de saber o que fotografar, assim compartilhou e nos ajudou a compreender melhor a cultura Yanomami.
Nestas fotografias vamos encontrar algo que estamos esquecendo nas grandes cidades: o contato com o outro, o abraço fraterno. As imagens revelam a importância dos gestos e da aproximação entre os membros das comunidades nos campos lúdicos fazendo do toque entre eles uma grande brin cadeira. Onde as crianças copiam e recriam os grandes rituais dos adultos para celebrar a vida, as relações intertribais, a amizade, e a morte.
Por esse engajamento ético e sensibilidade estética com os Yanomami, Claudia Andujar torna-se referência fundamental para inspirar os fotógrafos documentais contemporâneos.

João Kulcsar – Curador - Maio 2004

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