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Ensaio no Fotojornalismo

Ensaio fotográfico no fotojornalismo

A história do fotojornalismo pode ser apresentada como sendo composta de tensões e rupturas entre o valor da notícia, a estética da imagem e a evolução tecnológica. Como avanços tecnológicos poderiam ser destacados: o aparecimento do flash de lâmpada, em 1925 que substitui o flash de magnésio; a melhoria das lentes e dos filmes; o lançamento da Leica, em 1925, com filme de 36 exposições e objetivas intercambiáveis. Todas estas conquistas ampliaram as possibilidades de mobilidade do fotojornalista, encorajando-o a prática do “Ensaio Fotográfico” e a obtenção de seqüências fotográficas. O aparecimento das agências fotográficas e das revistas ilustradas como a Picture Post, Paris Match, Vu, Berliner Illustrierte Zeitung e Life, em 1936 também contribuem para consagrar e elevar a uma nova dimensão ao gênero ensaio. Nestas revistas a reportagem combinava texto e imagem e era uma evolução à fotografia única, meramente ilustrativa. Nelas os repórteres encontram mais tempo e condições para estudar e pesquisar antes de sair para a pauta de trabalho, resultando num maior planejamento do ponto de vista técnico e estético. Por outro lado na fotografia do dia-a-dia, o fotógrafo tem pouco tempo e nem sempre sabe o que vai encontrar. A idéia desta exposição é resgatar um pouco da história do “Ensaio Fotográfico”; discutir a produção do mesmo e o espaço na mídia impressa; questionar a influência deste tema do fotojornalismo nos dias de hoje, refletir sobre a influência da fotografia digital e Internet, mas principalmente verificar a capacidade do fotógrafo brasileiro em traduzir o cotidiano em imagens fortes e criativas, reconhecendo a dimensão ficcional e de construção social da realidade que a fotografia permite.
João Kulcsár – Curador

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